Virar esse mundo, cravar esse chão
Não me importa saber se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz".
O GRANDE ESPAÇO QUE O MEDO E A INSEGURANÇA VEM GANHANDO EM NOSSOS DIAS
Vou falar de algo que não será novidade pra nenhum de vocês leitores, é algo presente em nosso dia-a-dia; que vem na cabeça sempre quando deitamos, quando saímos de casa.
O medo, a insegurança, a obsessão por segurança e suas grandes seqüelas.
Não sabemos qual será a próxima surpresa, se vamos ser roubados no portão de casa, na esquina, no carro, no ônibus ou até mesmo na escola!
Não sabemos mais em quem confiar, seja nos grupos de amigos, no trabalho, ou melhor, nos nossos relacionamentos e laços sociais.
Por um momento, sinto que estamos “todos” perdidos, cegos, surdos e mudos.
Quero destacar também as fragilidades das coisas que traz uma acelerada e constante transformação.
CONFIANÇA E MEDO NA CIDADE
“A falta de confiança e o medo, leva os seres humanos ao individualismo e impõe que cada um se ocupe apenas de si próprio e dos seus assuntos, fragilizando a rede de vínculos sociais tornando-os cada vez mais vulneráveis, resultando no medo de ficar para trás”.
Acredito que isso traz as traições, falsidades, brigas internas e externas no ambiente de trabalho e principalmente, o egoísmo. O pensar em si, na sua própria sobrevivência, que para isso não pode ter nenhum ameaçador!
Segundo Zigmunt Bauman, dois mundos configura-se nesse cenário separados e isolados, um para pessoas de nível superior, sem necessidade de fixação local, pois recebe a garantia de que não lhes faltarão serviços que atenda as suas satisfação em qualquer lugar.
Outro para os habitantes do nível inferior predestinado a viver no interior da cidade, nas periferias, onde lutam pela sobrevivência e por um lugar digno no mundo.
Atualmente as cidades apresentam uma arquitetura defensiva com condomínios fechados, muros altos, alarmes, seguranças armados com intuito único de repelir a presença dos indesejados. E quem possui meios de adquirir uma habitação nesses padrões de segurança o faz.
Assim existe a separação, entre ricos e pobres, “os ameaçados e os ameaçadores”, que mostra claramente o isolamento e a distância que se dá por meio da proteção e vedação onde a desagradável presença dos abandonados e miseráveis, torna-se insuportável até mesmo para um simples olhar.
Quero ressaltar também a influência que desempenha-se na disseminação de noticiários sociais onde prevalece o medo das ações violentas e terroristas, na tentativa de fomentar vendas lucrativas de habitações com promessas de possibilidades de uma vida plena e satisfatória no interior dos condomínios fechados, onde seus habitantes abandonam o meio ambiente da cidade, justificando assim, uma convivência pacífica apenas com os seus iguais.
As propagandas, que tentam a todo instante te iludir dizendo que você deve ficar protegido, mostrando que “o diferente” é teu inimigo, que o pobre te roubará assim que te ver. E te faz comprar carros blindados, casas com muros cada vez mais altos, cercas elétricas e tudo que possa parecer te dar segurança!
E quando você se sente seguro, numa casa com câmeras, cercas, muros altos, rastreador, enfim, enquanto você se sente seguro no seu quarto trancado, você automaticamente se exclui e passa a alimentar cada vez mais o medo.
Eu ainda tenho esperanças para encontrarmos saídas!
Bem, vou concluindo com esse trecho do livro Confiança e Medo na Cidade, de BAUMAN, Zigmunt .
“Podemos ser diferentes e viver juntos, e podemos aprender a arte de viver com a diferença, respeitando-a, […] e aceitando a diferença do outro. Trata-se de uma aprendizagem que é possível fazer-se pouco a pouco, imperceptivelmente, na cidade” (Bauman, p.85).
RECOMENDO QUE TODOS POSSAM LER ESTE LIVRO>>> CONFIANÇA E O MEDO NA CIDADE DE ZIGMUNT BAUNT E POSSA PROCURAR SAÍDAS TAMBÉM PARA ESSAS FRAGILIDADES QUE ESTAMOS ENFRENTANDO EM NOSSO QUADRO SOCIAL.
BOA LEITURA!
Você deve notar que não tem mais tutu
e dizer que não está preocupado
Você deve lutar pela xepa da feira
e dizer que está recompensado
Você deve estampar sempre um ar de alegria
e dizer: tudo tem melhorado
Você deve rezar pelo bem do patrão
e esquecer que está desempregado
Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?
Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?
Você deve aprender a baixar a cabeça
E dizer sempre: "Muito obrigado"
São palavras que ainda te deixam dizer
Por ser homem bem disciplinado
Deve pois só fazer pelo bem da Nação
Tudo aquilo que for ordenado
Pra ganhar um Fuscão no juízo final
E diploma de bem comportado
Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé
Se acabarem com o teu Carnaval?
Você merece, você merece
Tudo vai bem, tudo legal
E um Fuscão no juízo final
Você merece, você merece
E diploma de bem comportado
Você merece, você merece
Esqueça que está desempregado
Você merece, você merece
“A globalização abriu a Caixa de Pandora e o homem moderno se perdeu no meio das possibilidades. Ansioso por relacionar-se, em meio a uma torrente de oportunidades, perdeu a noção do valor dos sentimentos e dos laços afetivos”.
Amor Líquido
Dizia que se tratava de um amor puro, mas como em todas as relações de consumo, quando não serviu mais, descartou.
Não precisou de mais que alguns caracteres.
Da obra do sociólogo, que falava das relações líquidas, escolheu o nefasto: apertou a tecla delete. E foram a amada, as promessas, as juras para a lixeira. Não sem tentar expurgar a culpa por não ter sido homem, quando ser homem era essencial.
Quando o ser homem era simplesmente ser humano, propôs amizade pelo MSN. Como se amizade, relação nobre e amorosa, prescindisse do olhar, do abraço, do respeito, do cuidado.
E foi para outro amor, outro uso, outro item no mercado dos afetos.
“Líquido cenário da vida amorosa , que oscila entre o céu e o inferno, pois, ao mesmo tempo em que tudo fazemos para fugir da solidão, não queremos vínculos permanentes, porque não há a certeza de que faremos a escolha certa, de que a pessoa que partilhará do nosso dia-a-dia não nos fará sofrer, ou ainda, de que estando comprometido com esta, não estaríamos abrindo mão de outra, ainda melhor, com mais qualidades que nos tornaria ainda mais felizes, ou mais satisfeitos”.
Fico feliz em poder compartilhar com tod@s essas idéias que pra mim são de grande importância, tiradas do livro "Amor Líquido", onde o autor (Zygmunt Bauman) coloca o dedo na ferida e nosfaz refletir e entender melhor sobre nossos atos.
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA APRENDIZAGEM E NA VIDA DO SER HUMANO
“A metáfora do brincar faz o contexto do aprender; Por meio do seu sentido de similaridade podemos dizer que é o mesmo pelo diferente”.
Ao sentir que as vivências lúdicas podem resgatar a sensibilidade, até então adormecida, ao perceber-se vivo e pulsante, o professor/aprendiz faz brotar o inesperado, o novo e deixa cair por terra que a lógica da racionalidade extingue o calor das paixões, que a matemática substitui a arte e que o humano dá lugar ao técnico (Santin, 1990), permitindo o construir alicerçado no afeto, no poder fazer, sentir e viver.
Bem, através de vivências e pesquisas específicas pude mostrar um pouco do grande trabalho e desenvolvimento que o lúdico pode trazer e influenciar na vida de cada um de nós.
Na minha concepção, é a forma mais fácil de aprender!
Elane Fideles